Sozinha...

Ela olhou ao redor, tentando encontrar qualquer sinal ou rastro de outras pessoas, mas a sala estava completamente escura. O silêncio da biblioteca era tão intenso que ela podia ouvir a sua própria respiração. 


“Tem alguém aí?”, ela falou aos ventos com um leve tremor em sua voz. Você já estava sozinha e apenas não se lembra, repetia para si mesma. 


Mariana, ao se levantar, tropeçou no suporte da cadeira - ou melhor, achou que tivesse tropeçado - quando sentiu algo insistente puxando-a para baixo. Antes que pudesse correr, ela viu uma mão agarrada em seu tornozelo, resistente às suas tentativas de fuga. 


Aterrorizada, ela gritou por socorro, mas nenhum som saiu de sua boca. Em pânico, começou a perceber que outras mãos estavam surgindo do chão, uma a uma em sua direção. Presa. Eu estou presa e sem saída. 


Mariana tentou lutar, mas as mãos a puxaram para baixo, afundando-a lentamente no chão. Aos poucos, ela sentiu a terra úmida em seu rosto e pensou por um momento que tudo era um sonho. Eu dormi e devo estar sonhando. Não era um sonho, Mariana foi mais uma vítima da biblioteca, que guardava em seus infinitos corredores as almas de estudantes cansados. 


Autoria: Paola Psibelsky

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