Seguindo seu rumo

O carro em que estava seguiu seu rumo e, por mais estranho que aquele reflexo tenha sido, a mulher estava ocupada demais com seus afazeres para sequer conseguir processar o que achava ter visto. Apenas na calada da noite, quando sua mente lentamente se acalmava para que pudesse dormir, ela pôde se lembrar do ocorrido.

Agora captando melhor em sua memória, ela acha ter visto algo parecido com um animal de quatro patas de estatura um pouco maior que um homem adulto. Sua pele pontilhava tons amarelos e esverdeados onde o sol tocava, talvez fossem escamas? Misturas de folhagens, grama e terra manchavam seu corpo, auxiliando-o a se fundir à paisagem. Mas a pergunta é: o que era aquilo? Não parecia hostil, e fugiu imediatamente após ter sido visto.

Talvez fosse um guardião do lago?

Não, ela deve ter imaginado tudo isso, essas eram partes de contos da sua infância, é impossível serem reais. Além do mais, foi só um relance, menos de um segundo, não tem como ela ter processado todas essas informações tão rapidamente.

A mulher, deitada em sua cama encarando o teto, pondera tal opção por mais alguns minutos, talvez horas, angustiada com o fato de que isso não iria deixar sua cabeça para que pudesse dormir. Após um tempo, com um suspiro, conclui consigo mesma que com certeza sua mente apenas estava lhe pregando peças, ela deve ter visto apenas uma mancha de cores entre as árvores e sua imaginação se encarregou de detalhar todo o resto, com memórias do que havia ouvido no passado. Talvez ter passado a noite assistindo uma série com criaturas fantásticas não tenha sido uma boa ideia.


E assim, ela se ajeita na cama e finalmente consegue dormir.



Autoria: Bruna B. Campos


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