Procurar a porta dos funcionários

Comecei a pensar em minhas possibilidades e lembrei que provavelmente deveria ter uma sala de descanso, onde os funcionários ficavam. Talvez eu pudesse encontrar alguém lá. Fui adentrando o museu, procurando com calma por qualquer porta. Minha sorte era que lá estava com as luzes acesas. Mesmo me focando em encontrar a sala, não resisti a dar uma olhada nas exposições. Estava observando a cadeira de dentista que havia lá, quando as luzes começaram a piscar. Dei uma respirada funda e concluí que os funcionários deveriam fazer uma manutenção. Continuei andando, até chegar ao fim da exposição e infelizmente nada de porta. Aquela sala não me permitia ficar muito tempo decepcionado, apenas o incômodo e um sentimento ruim me tomava naquele momento. Me sentia observado, aquelas bonecas pareciam me seguir com os olhos, uma mais estranha que a outra. 

Já que não tinha opção, era melhor voltar para a porta e esperar os guardas virem. Fui me afastando daquele local, quando as luzes retornaram a piscar cada vez mais. A sensação de olhos fixos em mim, fazia os pelos de meus braços arrepiarem, até que as luzes se apagaram, e comecei a gritar de desespero. O que antes eram peças expostas, me pareciam agora sombras e olhos me cercando naquele escuro, dava para sentir como se houvesse mãos tentando se aproximar e relar em mim. Ao me afastar, quase caí em um dos cenários. Escuto o barulho de passos apressados correndo em minha direção. Com os braços tampando meu rosto, sinto uma claridade vindo de encontro a mim. Era a lanterna do guarda a minha frente, as luzes estavam acesas de novo.


Autoria: Jéssica Larissa Pais dos Santos

Postar um comentário

Copyright © Narrativas Londrinenses. Designed by OddThemes