Mas no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, noite quente, algo muito especial aconteceu naquela praça.
Lorena era muito solitária, sem um companheiro, os filhos já crescidos e independentes, seu ninho estava vazio. Saiu de casa para não deixar-se abater pelo desgosto que sentia pela vida. Foi em direção ao tradicional calçadão da cidade, subiu as escadas vermelhas e logo avistou muitos ornamentos de luzes e a casa do papai Noel bem no centro da Praça Marechal Floriano Peixoto. Um clima festivo nutria um sentimento de amor e comunhão, misturando-se ao cheiro doce do carrinho de pipoca colorida, com uma fila que era agitada por crianças tentando equilibrar-se entre sacolas de presentes, a alegria e o saquinho que seguravam. Idosos sentados nos bancos, o bebê no colo da mãe e outro no pescoço do pai.
Era encantador o vendedor ambulante fazendo bolas gigantes, com bolha de sabão.
Na parede do prédio eram projetadas imagens de um coral de crianças, cantando alegremente tradicionais canções natalinas.
Lorena nem percebeu, mas toda aquela manifestação de vida a deixara feliz, voltando para casa com esperança de dias melhores.
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