Decidiu sair para encontrar ajuda

Não podia ficar parado esperando, a minha cabeça dolorida ficava repetindo “Será que vão me achar aqui?”, “E se eles não me encontrarem?”. “Talvez se eu chegar ao começo da trilha, possa encontrar alguém”. Com uma nova determinação, usei um dos bambus caídos para me ajudar a caminhar e seguir em frente. Fui andando, quanto antes eu saísse dos bambuzais melhor, mas quanto mais andava, mais parecia que eles iam se fechando e cada vez mais ia ficando escuro. Chegou a um ponto que eu não enxergava mais nem um palmo à minha frente, a mata de certa forma era silenciosa, com apenas o som da natureza me cercando. Tento forçar a visão para não pisar em falso, mesmo com o bambu me auxiliando, se eu caísse de novo acho que não levantaria. 

Vou me arrastando devagar até ouvir um farfalhar em cima de uma árvore, queria não ter olhado e continuado em frente, mas minha mente já estava falhando de tantos pensamentos. Fui erguendo a cabeça aos poucos, até encontrar olhos amarelos brilhantes que me encaravam, poderia ser a minha imaginação, porém naquele momento só vi o que parecia ser uma criatura feita de sombras e olhos esbugalhados me seguindo. Travei por um segundo, minhas pernas bambearam, mas eu as afirmei e comecei a correr. Eu ainda podia sentir a sua afiada mirada na minha nuca. Juro até ter ouvido os seus passos me alcançando. Só fui parar ao chegar na ponte. As minhas pernas pareciam me pedir um descanso, as luzes dos postes me deram uma sensação de alívio, subi as escadas e fui até a guarita procurar ajuda. Ao encontrar o guarda levei uma bronca, pelo perigo de andar na mata sozinho à noite. Ele ficou me perguntando como fui parar ali, mas nem eu tenho a resposta. 


Autoria: Jéssica Larissa Pais dos Santos 

Postar um comentário

Copyright © Narrativas Londrinenses. Designed by OddThemes