Decidiu ficar e esperar

Pensando em várias possibilidades, a única coisa que fazia sentido era esperar até que alguém me encontrasse. Se eu saísse andando poderia me perder na trilha e os guardas não me achariam. Sentei no chão, abracei meus joelhos e tentei me manter aquecido. Não sabia que horas eram, mas lá estava tão escuro que dava para ver o céu estrelado. Tentei focar em tudo, menos no som dos bambuzais, aqueles estalos quebravam o silêncio e me faziam imaginar se tinha alguém ou algo rondando a mata. O tempo parecia passar devagar. “Por que não amanhece rápido?” Era a única coisa que eu pensava, até que ouço um farfalhar de folhas. Fingi ser apenas o vento. Chegou um momento que meu cansaço era tanto que os meus olhos começaram a se fechar devagarinho, estava quase dormindo quando escuto novamente o farfalhar próximo de mim, junto com o assobio do vento. Não sei se era o frio ou o medo, mas eu senti um calafrio subindo pelas minhas costas. Meus olhos tentavam pegar qualquer movimento entre aquele breu, estava com tanto medo que comecei até a ver vultos passando por mim. De repente alguma coisa tocou em mim, o desespero se alastrou, o meu corpo ficou paralisado, a minha voz não saia, parecia que o meu coração ia explodir. Quando fechei os olhos desistindo da minha vida, só escuto a voz do ser falando:


— Ei, o museu já fechou, já deu o horário de ir embora. - Era o guarda com a lanterna na mão.



Autoria: Jéssica Larissa Pais dos Santos


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