Arrombar a porta

Estou sem opções, olho para além da sala, onde estão as outras exposições, me deu um calafrio e um sentimento ruim, preferi ficar perto da porta, por ser mais fácil de um guarda me ver. Observando-a, ela não parece ser tão forte, talvez eu pudesse arrombá-la. Tomei uma certa distância e bati com o meu ombro, era tão dura e resistente como uma parede. Nem se mexeu. Tentei mais algumas vezes e nada, meu ombro até já estava dolorido. “Parece que o melhor a fazer é sentar e esperar”. Tentei me distrair olhando para o céu pintado, até ouvir o som de um relógio. Aquilo estava me incomodando. O barulho foi aumentando em vários relógios, não sei dizer quantos eram, porém estava me enlouquecendo. Parecia que aqueles ruídos iam se tornando mais altos a cada segundo, se unindo a risadas para todos os lados, aquela algazarra de conversas e pisadas fortes. Tive que tampar os meus ouvidos, parecia que todos esses sons estavam ao pé deles. Aqueles barulhos se tornaram um, as luzes iam piscando junto com eles como se fosse um grito único de várias vozes, finalizando em várias batidas dos relógios. Fechei meus olhos com força. Só fui encontrado no outro dia de manhã, quando foram abrir o museu.


Autoria: Jéssica Larissa Pais dos Santos

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