A mulher no lago

Seu coração começou a acelerar, estava à beira de um ataque. E se aquela mulher boiando fosse sua amante? O terror invadiu seu âmago fazendo-o vomitar todo o café da manhã. Foi dominado por um sentimento de culpa, minutos antes havia desejado a morte dela.

A mulher (ou o que restou dela) veio flutuando e parou a sua frente, como se desejasse ser contemplada. Inconscientemente, teve uma sensação de alívio. Percebia agora, aquela mulher nunca poderia ser sua companheira, o cadáver era ruivo, enquanto sua amante era morena… talvez loira, ele não recordava no momento, mas ruiva ele sabia que não.

A calmaria instalou-se em seu estômago tempestuoso e ele começou a rir. Havia graça naquela cena funesta, nem por um segundo parou para pensar que aquele corpo jamais poderia ser o dela; haviam se encontrado um dia antes, e o cadáver pútrido estava já em situação avançada de decomposição.

O corpo no lago, pouco a pouco, começou a se virar. Os olhos dele alcançaram o que um dia fora uma bela mulher, pensou. Sabia que não a conhecia, mas não conseguia disfarçar o sentimento de semelhança e pena que sentia.

Tomando as rédeas da situação resolveu voltar ao carro e ir trabalhar. Antes, pegou o celular, ligou para a polícia e partiu decidido a nunca mais se encontrar com sua amante.

Então de quem era aquele corpo?

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